“sf. convivência, frequência social entre
pessoas.”
E
não é que o tal de Mark conseguiu modificar a maneira como toda uma geração
compreende uma palavra.
Talvez
seja a tradução, ou quem sabe a culpa seja dos gráficos, mas essa coisa de “em
um relacionamento sério” está muito mal colocada. Esse fragmento da expressão
relacionamento amoroso sempre me incomodou por não dar significado real, e
tornar a frase muito genérica.
Nem
todo relacionamento é amoroso, e nem tudo que é amoroso pode ser classificado
como relacionamento, ou então como sério.
Ter
os nossos círculos de convivência faz parte da condição humana, e essa analogia
é importantíssima em todo grupo. Identificação e afinidades formam os nossos
grupos, e por assim, os relacionamentos.
Você
se relaciona com a sua família, com seus colegas de trabalho, se relaciona no
bar, e não me leve a mal, mas você também se relaciona com o seu porteiro. Obviamente
você não coloca em seu perfil “em um relacionamento sério com Chico da portaria”
mas veja bem, o cara protege a sua casa e tem as chaves do seu apartamento, vai
dizer que isso não é sério.
Entendemos
então que relacionamento é convivência, e que isso não está necessariamente
ligado á sentimentalismo ou romance.
Desde
muito antes do Poetinha cantar que “fundamental é mesmo o amor, é impossível
ser feliz sozinho.” estamos á procura do nosso fundamental, e é aí que entra o
famigerado relacionamento amoroso.
Chegamos
as redes sociais, e desde que pudemos observar de perto a vida dos outros
decidimos cagar regras de comportamento que muitas vezes nem nós mesmos
concordamos ou seguimos.
Ninguém
sabe (ao menos não deveria) o que está compreendido entre um casal. A
intimidade deveria, em teoria, ser o bem mais valioso de uma relação. Preservar
esse âmago fortifica a confiança e a cumplicidade, e cá entre nós, deixa tudo
mais gostoso. O problema é que para alguns de nós é muito mais importante
parecer ser feliz, de que sê-lo de verdade, e isso fere a cumplicidade de um
casal quando ela é anunciada nas redes sociais para gente que não tem
absolutamente nada a ver com o seu amorzinho.
Não
sou a favor da regulamentação das relações, e nem dessa coisa de se estabelecer
como, quando, onde, e pra quem algo possa ser feito ou falado. E cá entre nós,
aviso prévio de namoro deve ser um porre. Entretanto, tenho as minhas
preferências pessoais, que eu procuro aplicar a mim e a quem deseja seguir
comigo.
Respeito,
ta aí! Se eu pudesse aplicar uma emenda na ‘regulamentação das relações’ eu
colocaria o respeito acima de tudo. Vem de caráter e é difícil encontrar em
todo mundo, mas acho uma qualidade fundamental em qualquer tipo de
relacionamento, com o Chico porteiro inclusive.
Até pela definição
da palavra relacionamento não acredito em relações á distância. Convivência e
frequência social também fortalecem a intimidade, e é extremamente importante
conhecer bem a pessoa com quem se quer dividir algo.
Quando
envolvidos queremos conhecer a pessoa que nos encantou, e é natural que as
pessoas queiram mostrar apenas o melhor de si. É necessária a convivência, é
importante conhecer a pessoa em todas as suas nuances. E é justamente o lado
ruim que torna tudo real e forte o suficiente pra seguir.
Conte
tudo o que há no mundo a se saber sobre você, e deixe que a sorte determine o
resto.
Eu
pessoalmente não consigo entender os benefícios de se fazer declarações
públicas em redes sociais, bradar amores e paixões aos olhos dos outros, se
quando a sós são como estranhos, são desconexos e o ritmo não encaixa. Cada um
sabe o que lhe cai melhor.
Não
devemos e nem podemos impor nossas preferências aos outros.
Eu,
por exemplo, sou uma pessoa apaixonada. Chego a essa conclusão quase todos os
dias, especialmente naqueles em que a gente sente que ganhou o dia por conhecer
alguém.
Nunca
soube dizer quantos relacionamentos eu tive, nunca entendi o que determina
isso.
Já
amei e abandonei, já fui amada e preferi não acreditar. Já dividi vida, medos,
sucessos e fracassos e nem por isso posso dizer que foram todos relacionamentos,
ou posso. Prefiro chamá-los de cúmplices, parceiros, amores.
Gosto
muito de receber um “eu te amo” ao pé do ouvido, mesmo que seja apenas uma
maquiagem para o “eu te quero”.
Tenho
um relacionamento que acontece todos as madrugadas com cobertura de cumplicidade
e romantismo, e a cereja meus caros, só podia ser a luxúria.
Tenho
também um daqueles relacionamentos complicados onde tem amor, mas tem também
briga, reconciliação. É meu melhor amigo, mas é necessário às vezes o
afastamento para esfriar o sangue e então ser possível ouvir os sentimentos.
Tenho
um relacionamento platônico, onde eu amo ser o que ele quer. Onde uma única
pessoa consegue reunir tudo que eu admiro em seres humanos, e especialmente em
um homem. Vai dizer que não é bom gostar assim, com tudo, corpo, mente e alma?
No
momento eu me encontro num relacionamento muito enrolado, e nada sério com a
vida.
Eu faço das suas a minhas palavras sobre o tema! Você descreveu bem sobre algo que nunca consegui transmitir em uma roda de conversa.
ResponderExcluirA coisa vai de mal a pior. O Status de relacionamento é a nova aliança de compromisso: não quer dizer porra nenhuma, mas mesmo assim, as pessoas insistem em ter.
ResponderExcluirEsse tal de amor que tanto falam é convivência.
ResponderExcluirLealdade e respeito valem bem mais.
Adorei teu texto.
Parabéns.